quinta-feira, 10 de julho de 2008

Dança Tradicionalista Chimarrita


Material gentilmente enviado por Beatriz Pereira de Moraes Madruga , que reside na ilha de AÇORES em Portugal.
Texto de Victor Rui Dores


Chimarrita

Fazendo parte integrante da música tradicional dos Açores, a Chamarrita é nome de cantiga apressada e animada, cantada de forma bem humorada por cantadores e cantadeiras. Embora se lhe aponte como étimo mais provável o espanhol chimarra ou chamarra, o termo Chamarrita parece palavra composta do verbo chamar e do nome próprio Rita: chama a Rita = Chamarrita.
Pelos menos nos primeiros escritos que se conhece da palavra Chamarrita, ela surge-nos grafada precisamente como Chama a Rita. E não só. Também Chama a Rosa, sendo disso exemplo a “Chamarrita do Faial”:

Chama a Rita, chama a Rosa
Venham ambas à janela
Ver uma cara formosa
De uma tão linda donzela.

Ora, porquê Chama a Rita? Isto tem a sua razão de ser no sistema usado nas ilhas para os balhos (corruptela de baile) de roda. Terminado um e antes do início de outro, os homens mandavam chamar outras mulheres com quem desejavam bailar; depois, eram as mulheres que chamavam outros homens e assim por diante.
No sul do Brasil (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), o termo Chimarrita, que indica também um baile (“balho”) popular, é certamente, a alteração da Chamarrita açoriana, ali introduzida por casais açorianos que, no século XVIII, foram colonizar aquelas regiões.
Tal como outras cantigas, também a Chamarrita é cantada em todas as ilhas dos Açores com variantes poéticas e variações musicais distintas de ilha para ilha. De salientar que a Chamarrita, contrariamente à maioria das cantigas populares açorianas, possui menos melodia e harmonia e mais energia rítmica.
Nas ilhas do Pico e do Faial a Chamarrita é que fecha o balho, ao passo que em outras ilhas é a Sapateia que faz a despedida. É também naquelas ilhas onde as Chamarritas conhecem uma expressão mais característica. A começar pelo toque rasgado e pela pancada na viola da terra (de 12 cordas), que consiste no movimento da mão direita sobre as cordas e sobre o tampo da viola, e a acabar nos improvisos bem humorados e nas rimas espirituosas dos cantadores.


Victor Rui Dores

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